domingo, maio 08, 2011

Soprando os Calos



Sou vento,
e como tal
ora brisa,
ora vendaval...


Sopro em todas as direções, -
flerto com o sol,
com a lua,
reviro marés,
encrespo,
amanso,
transformo,
destruo,
construo,
mudo…

Na ânsia do sopro certo
reformo dunas,
embarrigo velas,
reviro embarcações,
derrubo aeronaves,
desmancho telhados;
tornado sou...

Furacão...
e aragem…

Faço,
desfaço
e refaço
quando quero
e como desejo,
e não há quem possa
com a tenacidade
do vento que sou,
que erra
em busca de acertos, -
feliz infelicidade.

Não há mar que me resista,
nem campo que fique de pé
à minha passagem.
Porque sou vento,
e como tal
transparente,
incontida,
alucinada, -
e definitivamente -,
moinho e sal
da minha vida.

ju rigoni (nov/89)

Visite também

Dormentes, Medo de Avião, Navegando...

18 comentários:

Glorinha L de Lion disse...

Maravilhoso poema, Ju! Somos tudo isso, vento, vendaval, calmaria. Não há quem nos segure entre os dedos...poetas são assim, livres, libertários, sem grades ou prisões que os cerceiem. Sinto como vc. beijos, boa semana,

Zélia Guardiano disse...

Maravilha, Ju, minha querida amiga, grande poeta!
Vento, ora brisa, ora vendaval...
Perfeito!
Forte abraço.

Anônimo disse...

Ju, querida, ler-te é um grande privilégio. Suas poesias são maravilhosas.

Beijo enorme.

Guaraciaba Perides disse...

lindo poema, ju.Mas, agora me diz, de onde vem o vento?
um abraço

mfc disse...

Gostei desta força de viver, desta determinação, deste empenho...

Wanderley Elian Lima disse...

Oi Ju
Um vendaval indomável, que sabe viver a vida plenamente.
Bjux

Nilson Barcelli disse...

Gostei de te ver como vento...
Mas a ideia que tenho é que és tendencialmente uma brisa muito agradável...
Beijos, querida amiga Ju.

Eliane F.C.Lima disse...

Como diz a atriz Fernanda Torres, "no tempo em que eu era imortal", também eu destroçava tudo à minha volta. Hoje, leve brisa, encolho-me à passagem de outros vendavais mais novos. Seu poema trouxe-me à lembrança esses tempos idos. Bom tempo aquele... excelente poema esse.
Eliane F.C.Lima

Tais Luso de Carvalho disse...

Amiga querida... Você já imaginou se muitas de nós - que somos tudo isso que você cita - nos juntássemos e tivéssemos vários dessas reações de uma só vez?
Acho que não precisaria muito para o apocalipse! Ainda bem que cada uma de nós mostra sua essência aos pouquinhos... rsrs Adorei!

grande beijo
Tais Luso

L. Rafael Nolli disse...

Ju, belo poema - uma canção.

Anônimo disse...

Olá, Ju!

A personalidade aqui representada sob a forma de vento é metáfora construída com enorme talento, que nos leva pela mão, com mestria, através deste intenso vendaval de emoções.

Gostei muito;parabéns!
Beijinhos.
Vitor

PRECIOSA disse...

Amei passar por aqui
Voltarei sempre

Preciosa Maria

vitorchuvashortstories disse...

Olá, Ju!

A personalidade aqui representada sob a forma de vento é metáfora construída com enorme talento, que nos leva pela mão, com mestria, através deste intenso vendaval de emoções.

Gostei muito;parabéns!
Beijinhos.
Vitor

Sonia Pallone disse...

Ju, meu registro aqui restringe-se a um abraço de alma e nele toda a minha admiração! Amo ler você...Bjs.

Graça Pereira disse...

Minha Querida
Tu sabes o caminho que pisas e contornas todos os obstáculos, oferendo-nos este poema tão actual e real!
Mil beijos
Graça

manuela baptista disse...

não há mar que lhe resista

e seja
alucinadamente vento!

bonito, Ju!

agradeço o seu comentário no meu blogue, que o blogger apagou...

embora seja alheia a este facto, peço-lhe desculpa

um beijo

manuela

Marise Ribeiro disse...

Ju, todos somos ventos, ora brisas, ora vendavais, mas raros são os que sabem soprar a poética contida neste belíssimo poema.
Parabéns pelo primoroso texto!
Beijos,
Marise

ju rigoni disse...

Aos amigos, Glorinha, Zélia, Patrícia, Guaraciaba, mfc, Wanderley, Nilson, Eliane, Taís, Rafael, Preciosa, Vítor, Sonia, Graça, Manuela e Marise,

meu agradecimento por dedicarem leitura aos meus escritos.

Bjs. Inté!