domingo, fevereiro 20, 2011

Das Curvas



Pode haver felicidade
numa linha, assim, tão reta?...

Prefiro a incerta, -
espontânea, sincera, -
sem o auxílio da régua.
Uma reta traçada à mão livre...

Uma reta aquecida, rebelde,
que faz valer sua vontade;
uma reta sem regras, -
sem ameaças à liberdade.

Uma reta que se acredita reta
por que é incerta a sua direção...

Uma reta que, arisca,
arrisca-se, e segue correndo
o imensurável risco da imaginação...

ju rigoni (2004)


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17 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

Ju, menina, também prefiro o risco livre, frouxo, correndo com a imaginação: a minha cara seu poema! rs
Vou ler, sim, o blogue da Sueli...
Beijão,

Guaraciaba Perides disse...

Felicidade é uma iguaria fina que deve ser degustada com o critério de um especialista, no conhecimento de seus ingredientes e de seus temperos e portanto exige um certo rebuscamento,,,isto para os adultos,Para a criança é fácil, basta sonhar e acreditar que pode voar.Um abraço.

Graça Pereira disse...

E uma recta que eu desenho do meu , ao teu coração!
A tua querida e generosa participação deixei para Março porque me ia esquecendo que 23/2 o Zambeziana faz 2 anos de existência!.Conto com a tua presença!
Beijos
Graça

Anônimo disse...

Gosto dessas retinhas subversivas! hehe... ;)

Beijo!

Sonia Pallone disse...

A isso eu chamo de uma sagrada comunhão com as letras...Deliciosa, a cadência das suas palavras...Bjs.

Sueli Gallacci disse...

Ju querida!

Mais uma vez quero deixar registrado aqui os meus mais sinceros agradecimentos por tudo que vc tem feito, não só por mim, mas por toda minha família!

Independente do resultado, a intenção me é valiosa! Nem podes imaginar...

Não posso dizer que não esperava isso de vc. Sua iniciativa de divulgar os meus links não me admira nem um pouco!

Venho lendo seus poemas sempre, e sinto neles um grito de indignação pelas injustiças desse mundo. Somente os de coração nobre se importam com seus semelhantes.

Passei por uma grande decepção recentemente, dessas que doem no fundo da alma. Mas a cura veio em forma de apoio, carinho, solidariedade, por parte de pessoas que nem me conheciam, nem sabiam direito do meu problema, mas que desejavam fazer algo de positivo, de ajuda... Pessoas que chegaram até mim pelo seu intermédio, da Taís e de tantas outras...

É engraçado tudo isso, porque a palavra “contraste” me veio à mente de uma forma contundente! Eu, tão habituada com essa palavra no mundo das artes, ainda não conhecia plenamente o lado "negativo" dela...

Digo, sem sombra de dúvidas, que o saldo de tudo isso foi muito positivo. Nunca me senti tão amparada em toda minha vida! O carinho dos amigos virtuais teve todo um sabor especial pra mim.

Um beijo enorme com toda minha gratidão, carinho e afeto!
SueliGallacci

Tais Luso de Carvalho disse...

É difícil, Ju, encontrar um resquício de felicidade e de liberdade dentro de parâmetros preestabelecidos, retos, diretos e tão certos. Deixar a vida fluir dentro de certa bagunça, dentro de margens que ainda tortas. No final, o rio acerta seu rumo, nem que para isso tenha de fazer várias curvas.

beijos, querida amiga.

ju rigoni disse...

Sueli,

obrigada pelas palavras carinhosas, mas não me agradeça pelo pouco que estou fazendo. Sou mãe e avó, que passou por algumas grandes dificuldades na vida, e posso dizer que, naqueles momentos, o que mais me incomodava era sentir-me sozinha. Os linques, sei, se não levam à solução que muito lhe desejo, pelo menos expõem a gravidade da situação que a família está enfrentando, e levam até você o que de mais importante pode haver num ser humano: a solidariedade. A certeza de que, embora o momento tão difícil, sozinhos vocês não estão.

Bjs, querida. Continuo acompanhando e torcendo. Inté!

Pedro Luso de Carvalho disse...

Ju,

Você deve saber que, junto com a Taís, venho acompanhando esse sofrimento pelo qual a Sueli está passando, bem como toda a sua família, que aguardam a doação de um rim para que sua filha possa ser submetida ao transplante. Continuaremos torcendo para que tal doação - de pessoa viva, claro - não custe a acontecer.

Passando agora para o teu poema DAS CURVAS, vou mais uma vez me repetir, no tocante à tua poesia: é mais um poema de singular beleza. Parabéns pela sua construção e inspiração.

Abraços,
Pedro.

Eloah Borda disse...

Oi, amiga, saudades! Estive uns tempos "fora do ar", pra variar... Um pouco por questões pessoais, outro porque meu computador "se finou-se" de vez, e quase perco todos os meus arquivos, mas agora já está tudo bem, pelo menos em relação ao computador. Por enquanto estou tentando colocar minha vida virtual em dia. Espero e desejo que contigo esteja tudo bem.
Grande abraço.
Beijos.
Té mais.
Eloah

A.S. disse...

Uma reta rebelde, que não se conforma com as rotinas entorpecentes!
As mais belas flores nascem junto dos abismos!!!


Beijos,
AL

Wanderley Elian Lima disse...

Oi Ju
eu também prefiro as curvas das montanhas, que as retas das planícies.
Vou visitar o blog.
Bjux

Ulisses Reis ® disse...

Maravilhosa tua poesia, amei mesmo e fico feliz em ter achar neste Universo, parabéns, tenha um dia lindo, beijo!

Nadine Granad disse...

Uma reta incerta por vezes acerta!!!

Mágico... como não poderia deixar de ser!!!


Beijos =)

Anônimo disse...

Ju, querida amiga, que delícia são seus versos. Sim! Pq toda vez que eu entro aqui eu saio saboreando umas metáforas que só descubro em vc. :)

Adoro ler-te!
Vc é uma preciosidade poética, minha querida. :)

Beijinhos e um lindo fim de semana pra vc! :)

angela disse...

Tudo o que mantem alguma leveza da infância não perde vivacidade. Bonito poema e bonita a idéia desenvolvida nele.
beijos

ju rigoni disse...

À Tania, Guaraciaba, Graça, Lara, Sonia, Sueli, Taís, Pedro, Eloah, A.S., Wanderley, Almeida LUcius, Nadine, Patrícia, Angela,...

obrigada pela visita e comentário.

Bjs e inté!