Ora, denuncie...
Chame a polícia!
Cerque todos esses seres
armados de palavras
que moram dentro de mim.
Não será fácil encontrá-los,
tantas são as ruelas, os buracos,
os becos em que se escondem.
Com alguma sorte,
hão de escapar
apenas os que me escapam.
Feche o cerco sobre os eus
que me habitam,
e depois experimente conju(l)gá-los...
Tente explicar
por que eu sou tantas...
Por que eu sou assim, -
por que eu sou eus!
Tente explicar-se.
ju rigoni (1999)
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24 comentários:
Ju, chamemos a polícia...ah, há muito deles aqui dentro também, e ando tentando explicar-me...rs. Maravilhosa, como sempre!
Beijos,
O historiador e o poeta não se distinguem um do outro pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso. Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido.
Ju querida, antes que termine o dia, quero deixar meu abraço e meu carinho pelo nosso dia! Hoje é o Dia do Blogueiro, rssr.
Volto outro dia.
Tais Luso
Oi Ju
Seus poemas saem do lugar comum, e é isso que me encanta neles. Acredito que somos vários, e nos transformamos de acordo com a situação e nossas conveniência.
Bjux
Não acreditamos em conjugação, acreditamos em verbos. Seu tempo e atemporal, seu modo, às vezes, injusto. Mas nunca desmerecedor. Se não persistimos, desistimos.
¬
Boa semana, Ju.
Há tantos de nós dentro de nós! Cabem tantos "eus" dentro do meu "eu".
Excelente poema, como sempre, querida Ju.
Um abraço bem forte.
Ju, como é difícil explicar quem somos nós, até pra nós mesmas....beijos,
Queridsa Ju
Há muitos becos dentro de nós...alguns sem saída!! Os "eu" então nem se fala..lutam uns contra outros e nem sei se a polícia resolveria alguma coisa!!!
Fico maravilhada com os teus poemas porque cada um deles fala das guerras interiores de todos nós!!
Mil beijos.
Graça
Olá, Ju
Obrigada pelo comentário em meu blog. A língua é realmente fantástica em seus "diletos dialetos", que nos chegam à alma!
Um abraço.
Oi Ju. O Wanderley falou com propriedade. E sem querer ser redundante, seus poemas são verdadeiros poemas...Você usa uma linguagem singular, toda sua, e poética, muito poética. Nos leva a refletir e a viajar nos detalhes que elabora. O resultado final são versos que obrigatoriamente a gente tem que aplaudir. Admiração por vc. Muita. Bjs.
Viva e deixe-os viver pois fazem parte de nós... Um abraço
Somos tantos eus...
Excelente poema. Gostei imenso da forma e do conteúdo.
Beijos, querida amiga Ju.
eu explico Ju
...se tiver paciência para me ler...
http://historias-com-mar-ao-fundo.blogspot.com/2009/08/rodando.html
sem a julgar e gostando do seu poema,
um beijo
manuela
Vou ler sim, Manuela. É sempre um grande prazer mergulhar na poesia da sua prosa.
Bjs e inté!
Ninguém pode explicar-nos... Ninguém pode explicar-se...
A vida no seu menear vai da nossa matéria nos fazendo assim...
Perfeito seu Poema... Instigante seu estilo...
Olá Ju,
bom te "ver" de novo.
É como disse o poeta e escritor Murilo Mendes, quando perguntado porque escrevia: “Deram-me um corpo, um só. Para suportar calado. Tantas almas desunidas. Que esbarram umas nas outras”, ou mesmo o Fernando Pessoa que se “acomodou” com os seus heterónimos.
Usualmente se vai ao analista, o poeta, escreve.
Um grande abraço
...inté, Ju!
obrigada, epee!
um beijo
manuela
As perguntas, as mesmas, as colocamos a cada um muitíssimas vezes e desde que tomamos consciência de nós.
Amiga, Jú, devido que mesmo a Manuela saiba explicar.
Beijo
Ná
Querida Ná, estive em seu blogue mas, - não sei o que acontece... -, apesar de tentar por três vezes, não consegui postar comentário.
Bjs e inté!
Ju, o poema, com certeza, é a maior de todas explicações! Muito bonito esse!
Abraços!
Amiga... não adianta polícia, psicologo, psiquiatra... Não descobririam, jamais, quem somos, como somos na nossa essência, o que realmente anda solto dentro de nós: ora humildes, ora arrogantes, humanos cheios de dúvidas; outras vezes seguros. Bondosos, outras raivosos, cúmplices, invejosos... As vezes solidários, mente boa; outras vezes meio loucos...
O que faremos conosco, afinal, com essa gente solta tumultuando nosso mundo interior...
Eu não sei. Não tenho idéia.
Grande beijo, amiga. Este seu poema vai direto na veia!
Tais Luso
Boa noite Ju,
tão difícil é às vezes entendermos os nossos "eus", e tantas são as vezes que complicamos o que é simplesmente simples, são os nossos "eus" baralhados e às turras.
Muito lindo o poema!
Beijinho e bom fim de semana,
Ana Martins
te explicar, eu não posso. a mim, sim... muito menos!
mas às vezes dou comigo, numa esquina qualquer, vadiando sem culpa com uma corja de eus mesmos.
abraço "em queda livre"
Agradecimentos à Tania, Emoções, Taís, Wanderley, Epee, Isabel, Glorinha, Graça, Marcia, Sonia, Guaraciaba, Nílson, Manuela, Maria Emília, Paulo, Ná, Rafael, Ana e Wilden.
Bjs, queridos amigos. E inté!
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